Quem é feliz,
filistéia,
cava um fosso
entre si e o mundo.
filistéia,
cava um fosso
entre si e o mundo.
Mas quem é feliz,
ó filistéia?!:
- A aléia!
Feliz quem opta por viver em paz
consigo mesmo
a esmo no ermo de si
rumo à ermida
sanduichado entre o sol inclemente
( diferente de Alá,
que é clemente, misericordioso! )
e a areia fervilhante
a ferir a sandália
do monge andarilho
em trilho no brilho do sol
- puro estribilho de calor e luz!
E com luar no ar suspenso
ó filistéia?!:
- A aléia!
Feliz quem opta por viver em paz
consigo mesmo
a esmo no ermo de si
rumo à ermida
sanduichado entre o sol inclemente
( diferente de Alá,
que é clemente, misericordioso! )
e a areia fervilhante
a ferir a sandália
do monge andarilho
em trilho no brilho do sol
- puro estribilho de calor e luz!
E com luar no ar suspenso
apenso no que penso
ao pensar as mazelas
da noite escura e gelada
no deserto das sombras e miragens.
no deserto das sombras e miragens.
Quem é feliz,
filistéia,
o é apenas em solidão e solitude
de ambientes desérticos
Impossível ser feliz com todos,
em comunidade,
o é apenas em solidão e solitude
de ambientes desérticos
Impossível ser feliz com todos,
em comunidade,
ainda que em aldeias-fantasmas
com infra-estrutura para eremitas,
ou com qualquer outro ser
- quer seja a amada ou o abade!
ou com qualquer outro ser
- quer seja a amada ou o abade!
Não há felicidade em companhia :
Nem na companhia de Navegação do São Francisco,
onde meu progenitor velejou e sopro o ar,
nem tampouco na Companhia de Jesus!
Quem quer ser feliz...
Oh! filistéia!...
- cerca-se em uma floresta
tendo como entretenimento
ler em mente,
Quem quer ser feliz...
Oh! filistéia!...
- cerca-se em uma floresta
tendo como entretenimento
ler em mente,
na tela mental,
longe do azáfama dos museus de mortos-vivos,
a pinacoteca de Cézanne
longe do azáfama dos museus de mortos-vivos,
a pinacoteca de Cézanne
pintada a dedo de Deus.
Outrossim, não recebe ninguém,
nem por correspondência
porque quase todos são estúpidos
loucos sem o pão da poesia.
Outrossim, não recebe ninguém,
nem por correspondência
porque quase todos são estúpidos
loucos sem o pão da poesia.
Assim age quem almeja ser feliz
por um triz e num breve momento
de brisa tocando vela...
Todavia, malgrado a misantropia ,
Todavia, malgrado a misantropia ,
quem anela por ser feliz,
filistéia,
é bom anfitrião
para os raros humanos não cabalmente estultos
para os raros humanos não cabalmente estultos
ainda não maculados pela peste endêmica,
epidêmica,
que assola o homem :
esse infeliz fauno em zoológico
ou no papel alienado de zoólogo.
Quem é feliz,
filistéia atéia,
não recebe filisteu
nem tampouco filhos seus
Quem é feliz,
filistéia atéia,
não recebe filisteu
nem tampouco filhos seus
com os filisteus!,
porquando usufruindo de plena paz
porquando usufruindo de plena paz
com corpo e alma serenos
na paz da saúde benfazeja
e ligeira como o gato preto
que é a noite em tonalidade de visão.
Entrementes
ser humano assim saudável
é visto na ótica do papalvo
como algo desconcertante,
anormal,
indecifrável,
como algo desconcertante,
anormal,
indecifrável,
- uma aberração da natureza!,
pois num mundo humano em abalo sísmico
movido por espasmos epilépticos
síndromes de pânico
e tantos outros transtornos a distorcer o homem
pois num mundo humano em abalo sísmico
movido por espasmos epilépticos
síndromes de pânico
e tantos outros transtornos a distorcer o homem
no monstro do espelho desfocado
levando-o a ser o legado do mísero enfermo
trapo de corpo e alma rota
com o que restou de espírito
afetado pela grande demência humana
- que é a estultícia perene
caduciforme
precoce
levando-o a ser o legado do mísero enfermo
trapo de corpo e alma rota
com o que restou de espírito
afetado pela grande demência humana
- que é a estultícia perene
caduciforme
precoce
sintomática na pieguiçe pegajosa
porosa e indecorosa
sem a rosa no rosicler da alva
que enceta outro dia glorioso
para os que são felizes
tendo a mão da saúde
a esculpir-lhe o corpo
a alma e o espírito
com mão e mente de Rodin
ou o escultor italiano Antônio Canova
nas Três Graças
que se dançam
antes da dança
( Ah! a pieguiçe vem sempre a par com a estupidez
sua companheira necessária!
( Ah! a pieguiçe vem sempre a par com a estupidez
sua companheira necessária!
Sem embargo, temos as Três Graças
pares para dança
na leveza do ser de Nietzsche ).
Quem é feliz,
ó filistéia,
não precisa de felicidade
- a qual é um mero vocábulo
que não dá voz a nada
no ser humano disperso
Quem é feliz,
ó filistéia,
não precisa de felicidade
- a qual é um mero vocábulo
que não dá voz a nada
no ser humano disperso
em cantos e lamentações de profeta bíblico
em eterna diáspora.
Quem é feliz,
ó filistéia?! :
A lampreia?!:
quando servida em cardápio para o homem
- esse glutão, insaciável,
de necessidades infindáveis
no dizer do "logos"de economistas
em eterna diáspora.
Quem é feliz,
ó filistéia?! :
A lampreia?!:
quando servida em cardápio para o homem
- esse glutão, insaciável,
de necessidades infindáveis
no dizer do "logos"de economistas
os quais são os inventores da ciência do rico
e cujo colossal feito heróico,
titânico ( quase o Titanic à deriva... ),
foi o fato de levar ou elevar
as necessidades dos nababos ao infinito
( com nabos e...Que quiabos!, diabos )
para acordar com o espírito matemático
de infinita abstração
para o inexistente numeral
que tão -somente existe
sob a mente e a mão do homem
a grafar signos e símbolos
compondo as várias linguagens
sob gramáticas e semiologias
( Esses inventores de ilusão
( Esses inventores de ilusão
em seu pensamento mágico
justificaram a riqueza de alguns homens de sorte,
meros arrivistas sem valor,
com o peso da mais-valia e do capital,
confundindo essa abastança irracional
meros arrivistas sem valor,
com o peso da mais-valia e do capital,
confundindo essa abastança irracional
com a riqueza das nações
quando de fato são a pobreza da humanidade
sem perspetiva filosofante,
ao modo da perspectiva desenhada em conceito
quando de fato são a pobreza da humanidade
sem perspetiva filosofante,
ao modo da perspectiva desenhada em conceito
pelo filósofo Marx
que desfez a ciência de rico,
que desfez a ciência de rico,
( demônio assaz cruel,
voltada a face apenas para opulentos),
perscrutando-a,
escrutinando-a,
perscrutando-a,
escrutinando-a,
superando-a com a crítica à alienação...
malgrado o filósofo em tela
ter aventado o regime doentio
do comunismo
- mais deletério ao homem
que o mais selvagem capitalismo! )
Quem é feliz,
filistéia,
sabe à colmeia e mel;
vive com corpo e mente sã
desintoxicado
mercê de exercício para paz perene,
livre dos insanos,
Quem é feliz,
filistéia,
sabe à colmeia e mel;
vive com corpo e mente sã
desintoxicado
mercê de exercício para paz perene,
livre dos insanos,
dos insumos,
que trescalam odor de guerra e política
ao semear tais demônios capitais
que trescalam odor de guerra e política
ao semear tais demônios capitais
( - todos em "caput!")
por onde vão deixando rastos
levando sua vanidade
por onde vão deixando rastos
levando sua vanidade
nos genes e nos memes
- porquanto esta é sua cruz romana
( ou filistéia?
- Dalila?!
- porquanto esta é sua cruz romana
( ou filistéia?
- Dalila?!
que truz!...:
na onomatopéia do homem caído sob a cruz )
Quem é feliz,
Quem é feliz,
filistéia,
não recebe o filisteu,
ó filistéia bela!
não recebe o filisteu,
ó filistéia bela!
Contudo, quem sabe um filisteu
filho teu
ache o fio de Ariadne
que permita fugir do labirinto da intolerância,
da religião, da política, da ciência...
labirinto por onde erra o minotauro
- juiz, sacerdote e verdugo
de todos os aglomerados humanos
aonde a intolerância é sempre-viva
no berço vegetal
animal e mítico de Asterión,
alçado ao céu,
em consonância com que escreveu Jorge Luis Borges,
com um véu
textual
velando o caminho da literatura
à corjas hostis à poesia e à vida.
Quem sabe,
ó filistéia,
a tolerância venha por fim,
enfim,
- por meio de um filisteu?!
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