segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ALICIADO, ALICIADO - etimo glossário léxico

Medusa
Minh'amada Medusa é mortal,
a consonar com o silogismo
do "Corpus aristotelicum",
que ora, ora no meu cantar
eivado de cantares:
que o ser se desmancha no ar,
evola-se do corpo desalmado
evoluindo em espirais
sem ais ou quaisquer alongamentos mais.
Momentos de movimentos finais
nas pastorais em sinfonias corais
escritas pelo poeta em hora de aedo.

Ademais, o ser se dissipa,
literalmente e naturalmente
restando o corpo aos vermes,
que dançam seu tanto de tango,
e os ossos para o tempo roer
( o tempo é um rato! :
um roedor pertinaz,
perspicaz, assaz na perspectiva
suspicaz  de "Mickey Mouse",
habitante do mundo imaginado,
paginado, desenhado,
jamais desdenhado
até que se vá
o dente do siso
no boticão do odontólogo.
Dentista era Tiradentes,
aquele inconfidente.
(Loquaz, mordaz, falaz, rapaz...,
ao "surrupiar" da boca
um sopro de assovio
de flauta natural
em Pan refugiado do mito?!)).

A Medusa que respiro,
que me sopra o ar
com o oboé em ostinato(ostinato!)
na pastoral de Beethoven,
pode deixar de mover
a alma dos gases nobres ou pobres,
ricos ou de bico
e expirar na nova sinfonia,
sua cobra coral,
para a Cleópatra que é
junto ao ser da Medusa,
sem blusa...
em flor difusa
que acusa
a volição, a volúpia
da Harpia, no gavião pedrês,
macho e fêmea criados
para a hora crítica da  paixão
com Cristo ou sem Cristo...
na unidade dos corpos
- e penas!
que dão o voo
e a dor em contraponto,
fuga da vida,
anúncio, anunciação...
- núncio da morte
e signo de vida.

Se a Medusa, que em meu corpo
é terra e água do mar,
parar de respirar
e com seu sopro de oboísta
mover céus e terras
pela atmosfera que cria em mim,
ficarei sem alma,
sem "atmosfera" para insuflar os foles
que tocam a música da vida
originária da Musa que é minha Medusa:
a Musa de revoltas madeixas
ao vento boreal
que os despenteia
em meia teia de aranha.

Sem a presença dela
dando alma à minha atmosfera
ficarei sem esfera
e sem Era geológica;
passarei  a inexistir
ou a existir sem vida,
mero ente sem ser,
pois a minha vida
é toda este amor
pela cabeça, pelo corpo,
pela alma e pelo ser da Medusa,
que é minh'alma,
- minh'alma até no miado do gato,
no chiado e correr arisco do rato
que tem uma cota de tempo
- no próprio tempo!,
ao menos em  castelos de "Castilha"
e em Andaluzia,
que sem Medusa
não luzia,
não luziria,
não luzirá
e não há-de luzir,
porquanto o universo se apagaria
e o cadinho estelar
morto sem seu "ar",
( oriundo de um oboé "soprano"
soprado do plano de um imaginário
País das Maravilhas sem Alice,
não aliciado(aliciado!, por Alice!?...),
escureceria ainda mais
o carvão-de-escuridão,
a hulha  da noite sem fim
para mim
já (jaz!, Jazz) com a alma negra
sem o oxigênio das narinas dela,
da minha Medusa,
meu oboé, minha oboísta solista!

 

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sábado, 22 de dezembro de 2012

ARAMEU(ARAMEU!) - verbete


A escrita é uma dança com os dedos
e a mão que quer e acaricia :
- a carícia
na carestia,
na velha tia,
na hóstia, na eucaristia,
que toda tia gosta
e de mãos postas!
- posta a mesa
para o glutão
e para a comunhão
com Cristo,
nosso Senhor...

Na "Ostia Antica":("Ostia Antica!")
Roma existia
vítrea,
vitrificada
no vitral.    

A pintura outra dança
no mover da mão
a braço com o abraço
do braço com a tela...
Bela, a fricativa na boca,
sibilante,
uvulares,
labiodental...
na dança
com língua
de Sancho Pança
e Dom Quixote(Dom Quixote! :
que dom o dom de Dom Quixote!)
no mote
e no bote da serpente
enrodilhada dentro do bote rio abaixo,
a sibilar
na sibila (que sibila!),
na pitonisa,
na píton(píton!) reticulada
e em Pitágoras :
agora sem Ágora).

A mão dança nos dedos
ao desenhar o arco
do triunfo
que é uma dança no papel
do arquiteto
que a passa
em contradança
ao papel papal
que nem de uma papisa
- no papiro
tem o signo
onde giro eu
- eucarionte
ontem e tresontonte
do ventre livre
ao Monte Carmelo
hoje em um monte de caramelo
ou um amontoado de machimelo
em toada doce
de iguaria sem igual
para massagear os dentes
de leite das crianças
em danças
de infante
grimpante
e bactérias
quase etéreas
no lado invisível
do mundo cão pastor :
"Canis Minor",
"Canis Major"
a consonar com o céu
sem o anil vil,
metal, metálico.

O pensamento é uma "dançarina"
- uma bailarina
descrevendo senóides
pelo senos,
co-senos séculos fora.

As Três Graças de Canova,
Boticelli... : O pensamento é...
as Três Graças!
- e um bailarino
no filósofo-filólogo Nietzsche
que de ditirambo em ditirambo,
aforismo em aforismo,
até o desaforo!,
se dizia um dançarino,
porquanto salta o pensamento
aos olhos,
no caprídeo deus Pã,
desenhado, desdenhado,
e em ondas senoidais
quais peixes que tais
se acham em nado
( que nada!)
na cascata do rio São Francisco
de água santa e benta,
água com madeixas encaracoladas
pelos cabelos das sereias
e das medusas
descendo a cachoeira
que pranteia
o amor feliz
e infeliz
de minha avó,
em algum lugar
da não-Mancha( Mancha, manchego!,

não mancha)
ou da não-Mancha
no manche da Manchúria(Machúria!), quiçá,
de cujo nome
prefiro olvidar-me,
ou deixar descer
ao olvido,
sem ouvir
o rio letes
a bailar no leito,
lento, silente e sem leite,
aonde vamos em descenso
a braços com o barqueiro Caronte
em barcarola(barcarola!) funesta,
que levara Menipo,
segundo o segundo evangelho da Menipéia,
vetusto apócrifo ,
não meu, nem teu,
nem do ateu, nem do arameu(arameu!)
nem de Orfeu...

A filosofia
e a poesia
é toda uma dança,
o mito em rito,
que dança é
e dança vivendo,
na mostra de saúde,
enquanto há vida...;
pois "enquanto há vida
há esperança", de dança!,
de amor!..., dizia minh'avó,
em sua fé,
antes do mundo acabar nela,
desmoronar a alma
dentro dela.
Todavia,  se há esperança,
há esperança que salve
o verde que brota
no sistema vegetal,

sistema verde
que nutre e repara a vida,

dá alma à alma... :
Sim, há  esperança que salve
e isto não é um fato,
mas um ato humano,

pois os fatos
já estão mortos
e embalsamados
sob os signos da história.

A esperança
é um ato humano;

ato este que produz  esperança :
"SPE SALVI facti sumus",
dança a carta encíclica
do papa Bento XVI
na mão e no pensamento
do santo padre :
sumo pontífice.

 
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domingo, 9 de dezembro de 2012

SÂNDALOS(SÂNDALO!) - etimo etimologia

Cássia-imperial (Cassia fistula)
A flor caminha bastante
- é caminheira, andarilha,
enquanto brilha a trilha,
milha a milha,
jardineira, arqueira...
cuja flecha é a semente
atirada à maneira de projétil(projéctil!)
lançado com a funda ou a besta
- plantado os pés ao solo de trompas(trompas!)
para aquilatar a porfia
que havia, e se afia,
ainda na fiandeira de hoje,
entre Davi e Golias,
desiguais rivais
não fosse o fundo da funda
fundo ...
Aliás, aliada a Jacó e Javé,
Raquel e Lia,
Sansão e Dalila,
a porfia lilás
das liliáceas(liliáceas!)
amarelas ("amaryllidaceae, "amaryllidaceae!") no lírio
e rubras...- de cólera! -
no anum  que descobri
num vibrião colérico.    

Vai, vai, vem  pelo caminho do bem
do sim e do amém :
azul carmesim amarela
- de um amarelo mais vivo
que  o pintado nas asas das borboletas
- amarelas
velas em asas navegando no ar,
naves, planadores...

Vai, vai e vem no vaivém das estações
pela "Via Cassia"
em castiço latim
para a acácia
silente ente verde
não cantarolar .

Escala morros, penhas,
e entre as brenhas está
com amor de flor :
a flor!
que pára para abelha se melar toda (tola!)
no todo do mel sem apicultor (tolo!),
mero ator econômico
no seu "Encomnium Moriae"
em quotas no quotidiano. 
 
("Spe Salvi" caso seja a personagem
divina, mesmo na comédia média,
mediada de imediato
pelos atos do poeta
no palco dos signos 
e símbolos, enquanto escritor;
farsa escrita para ser inscrita,
ínsita no espírito da tragédia grega
que se nutre do néctar da flor
e dos deuses mitológicos :
"flores do mal"-estar mental
e do "Mal do Século":
A tísica ou o tísico?!... 
O néctar! Ah! o néctar dos deuses!
- um maná na glicose
que se representa em corpo feminino
no corpo formoso
ou em formação de formosura 
onde abunda a glicose
armazenda em amido(amido!) e lípídios,
que alimenta o menino e o homem
de corpo e alma
e lhe dá um sopro de oboé
no espírito que, só então,
entoa desde antanho
a canção da vida  
em letra e música 
na musa de Alfred de Musset
que carregava impertérrito(impertérrito!)
a carga do "mal do século"( em confissões!);
pretérito mal,
com mérito e ritos,
ritmos de poesia romântica
carregada de sândalos (sândalo!)("Santalum album")..

A flor pisa o solo do caminho com sementes
e leva um caminhão
- de flores
da bonina ao miosótis
a peregrinar à Meca.

A flor caminha bastante
- é caminheira, andarilha,
jardineira, arqueira
cuja flecha é a semente
atirada à maneira(maneirismo!)de projétil
lançado da funda ou da besta
ao solo de trompas.

Vai, vai, vem  pelo caminho do bem
do sim e do amém,
do vai e vem, no vaivém 
de "As Primaveras" 
obra poética de Casimiro de Abreu :
azul carmesim amarela
- de um amarelo mais vivo
que  o pintado nas asas das borboletas
- amarelas
velas em asas navegando no ar,
naves, planadores...
cheirando o nariz do cinamomo(cinamomo!)
esparso no espaço que é ar a respirar
(Este o espaço!) :
"Cinnamomum cassia"
ou "Cinnamomum aromaticum"...:
madeira doce,
qual água doce,
dulcíssimo mel...

(És, Cassia, melhor que Ester
contra o Grão-vizir...
ó estrela Vésper!
- mais bela que Vênus
aglutinada na palavra
que refaz na vista
o planeta da deusa romana
em Estrela d'Alva,
da minh'alva
e minh'alma,
que não é minha,
mas tua, tua, toda tua,
no que atua
a tua alma
que minh'alma é
e ama a mar oceano 
sem fim de água azul...
- verde de palmeira
a bater as palmas
ao saber do amor inato
entre dois seres
que não podem viver em dueto,
mas sim em uníssono :
um só sono
e um só sonho.
Minh'alma não é alma
sem a tua alma!
- Sem a tu'alma
minh'alma é alma-de-gato(alma-de-gato!),
ave passariforme meramente,
da ordem menor dos frades mendicantes:
frade mendicante... 
com a alma no gato!
- sou sem ti
sentir!
- por perto do caminho a pé.  ).

A flor pisa o solo do caminho com sementes
e leva um caminhão
- de flores
da bonina ao miosótis peregrino(peregrinos!)
- em peregrinação à Meca,
 rumo à Meca.

E que chova potes
no chapéu do miosótis!

French horn.jpg

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

VULCANO(VULCANO!) - etimo etimologia

Meu tio-avô tinha um carro antigo
preto, daqueles tipo manivela,
mas já sem manivela,
cujo motor fazia um ruído de gente gargarejando
com romã e água :
glute glube "gluve"
gargarejava o motor
( Será por isso que amo carros antiguados,
daqueles do tempo do dele?!)

Ele era alto, magro, moreno ao matiz  da melanina
ao "andalus" ( Al-Andalus")
dos povos de Espanha
( meu pai se dizia de Mar de Espanha!),
dos mouros, moçárabes(moçárabes!) de Granada,
contido em sua aparente frieza inacessível,
de pouca fala
não desperdiçava uma palavra,
introvertido,
calmo, frio ( frio?!), médico e homem,
tal qual meu avô,
seu irmão,
que não conheci,
não sei do temperamento,
se quente, se frio, se morno,
se extrovertido ao modo do jargão de Jung,

se, se, se...,
porque morrera num desastre de avião :
teco-teco, imagino,
quando minha mãe orçava pelos seus quinze anos!
( Por isso tenho medo de entrar em avião
e fascínio (fascínio!) por jato supersônico
rompendo a barreira do som
suspenso no ar da manhã de abril...?!
E estudei medicina desde tenra idade,
autodidata em tenra idade :
em  menino inventava remédios
para as galinhas
e operava os pés lacerados dos galináceos?!
Seria rito genético
estudar com afinco genética,
ornitologia, entomologia, psicologia...
 desde os 8 meses de idade?!
Fábio de "faber" não crê,
mas Fábio de "bio"
- "sábio".)

Morava a um filete de luar de casas
lá de casa,
nem mais quadra ou quasar.
Vivia amancebado com uma mulher gorda,
muito branca, de voz rouca,

- rouca, rouca, roufenha (roufenha!),
simplória como a glória
de um homem.

Ele me parecia velho,
mas aos quinze anos
quem não é olhado como velho pelo jovem?!
( Esta a alteridade do mancebo
com a Ancião dos anos?!...).

Devia orçar  (virar a proa do veleiro brigue

- veleiro brigue antes da arribar )
pelos cinquenta a sessenta anos,
o velho veleiro brigue.

Não sei se fora casado,
se tinha filhos;
com a mulher com quem coabitava
não os tinha.

À época eu não sabia
que ele era meu tio-avô.
Acho que quase ninguém sabia
e aqueles que tinham ciência do fato
mantinham a discrição do tempo
que fazia o ser do homem
costurado com o contexto temporal :
Costumes costurados ao homem de antanho.

Ele se estabelecera num consultório,
que era uma antiga vivenda,
frente à praça da Matriz
onde havia uma escultura de Cristo
toda branca de  lua no meio dia,
parecendo lua pintada da "cor" de nuvem branca...
a alguns passos do paço do cais,
que era um mirante para a areia alva,
duas rochas no meio à correnteza
de um rio santo igual a São Francisco de Assis
abençoando a terra boa
de homens ruinosos,
a cobra "mboa", no tupi dos tupis,
guaranis guapos, guaranás, ananás;
serpente constritora
que do tupi "mboa"
migrou para o português na palavra jibóia :
uma canoa com canoeiros à margem do rio santarrão
e da economia marginal.


( A memória é "um" fantasma

em revisitação a outros fantasmas...

camaradas!(camardas?), companheiros... 

...Vinha pelo caminho que vinha vendo

descendo a rua longa que via (que via!: Ápia.)

que dá no mercado municipal  

de onde subi muitas vezes bem bêbado

anos depois deste fato enfático

quando no passo do terreno baldio

onde as mangueiras em fina flor

para abelhas não-rainhas  

quando, casualmente, vim a defecar na calça curta

de menino que voltava da escola.

Fui direto à casa de "vovó"

porque lá sabia

que não haveria reprimenda, admoestação,

mas apenas compreensão,

cuidado e um amor infinitesimal

muito bom , que muita bem fazia...

Por isso sinto a falta dela,

até hoje sempre-viva  

- saudade escrita por poeta português :

o fantasma da minh avó materna

ainda cuida de mim no berço

que ela balança e canta

- uma cantilena para dormir! 

-Minh'avó era minh'alma
e a alma de minha mãe :
interligadas almas
n corpo de Cristo em eucaristia!).
 
Quando eu ia ao consultório dele
na companhia de minha avó
ele sempre a tratava com desvelo
infinita paciência para com os seus choramingas de viúva
( Viúva de Sarepta!)
e quando ela emitia seus queixumes
sobre as dores que afligiam
todas as Marias das Dores,
suplicando por remédios
ele dizia : não é nada, Mariinha!"

(Qual o nome da rosa?!

- para mim este era o nome da rosa!...;

hoje a nomenclatura binomial
não trata da rosa,
mas do cinamomo :
"Cinnamomum cassia
e "cinnamomum aromaticum",
fora do verbete para rosáceas :
"...rosarum" de rum.  ) 

Depois da consulta

quão aliviada parecia minh'avó!

Saía "avos" aliviada da pena pesada 

que se impunha indevidamente.
Penosa carga,cruz lastimosa, lacrimosa (lacrimosa!)
de todos os Cristos que somos.

Outrossim, quando a moléstia era comigo,
olhava-me com uns olhos estranhos
de quem tinha caminhado ao meu lado
por toda uma vida antepassada
na estrada da genética(genética?!...)
e conquanto aos ritos(que ritos!?...) nos olhos
não acompanhassem o corpo
por causo do autodomínio
de um homem de cérebro gelado
e gestos contidos,
o olhar cumpria todos os ritos
de um zeloso e preocupado tio-avô
que, não obstante,
nem a palavra me dirigia,
embora me atendesse
antes de todos
que já estavam no consultório,
ainda que seu fosse o último a chegar
e o recinto estivesse cheio de pacientes.

Minha avó morava meio filete de sol
do consultório dele
mais perto dos pés descalços
do santo rio carmelita descalço
ande o profeta João
batizou muita gente
no tempo mítico
que é o pretérito
contado em fadas e duendes, elfos, sacis, lobisomens...
"muares" sem cabeça (mulas-sem-cabeça!).

Minha avó morava numa casa simples,
digna de atender à pobreza do santo de Assis,
que ali podia por embaixo a cabeça
com o chapéu de telha-vã.

Meu avô sempre marcava encontro com ela
na bela praça
que dava de olhos para o rio
cheio de amor com odor de peixes.
Até a água traz o cheiro do peixe em escamas
nas camadas do corpo-sereia.

Quando eles se encontravam
minha mãe, então com suas quinze primaveras,
estava presente.
Ele a tratava como filha que era e é
( verbo tem voz no presente,
mas guarda voz mnemônica
e imaginada para futuro sol).

A paixão do amor entre eles
é a mesma que emerge
em qualquer casal
preso à essa energia
que o corpo tem a despender
prodigalizando o melhor de si
na música que é a arte da vida
desde o soprar e puxar um oboé do vento

( do pulmão, do fole do vento!)
como instrumento de sopro
que dá o prazer de amar.
A arte é a felicidade física-química-elétrica
no corpo sadio
que pode se dar ao luxo do amor.
O amor é um esbanjamento de energia vital :
a maior riqueza,
a fortuna de ter vida plena a prodigalizar.

Quando meu avô morreu tragicamente
ele já havia acertado com minha avó
as bodas que teriam
se a morte não fizesse a travessia
pela metade do caminho
que não os separava
um Romeu e outra Julieta
que dormitavam na poética
escrita para eles, entre enamorados,
no sagrado livro do poeta santo.

Meu avô ainda era casado com outra,
mas minha avó não entrou no velório
como "a outra",
mas sim como esposa
separada pela morte
não do cônjuge,
mas do esponsais,
das bodas adventícias
marcadas para um tempo
que não existiu
ou deixou de existir com o finado corpo,
a finada energia do meu antepassado.

( O corpo é um acúmulo de energia,
uma armazém de vida,
que se consume rapidamente
quando  coração se desespera na corda,
dá corda na corda bamba,
bate desesperado para salvar a vida
e acaba por gastar toda a energia
nesta tentativa de sobrevida:
o organismo é uma fábrica de energia em produtos
e o depósito dessa energia em massa
a ser distribuído pela economia da vida).

 Os mortos estão vivos
- "in core"("in core, in core"!)
estão ativos no teatro mnemônico
e continuam com seu livre-arbítrio aberto,
ignorando os loucos polígrafos
que pensam que sabem pensar
porque sabem escrever com engenho e arte
à Camões, Luiz Vaz, "Os Lusíadas".

Não me lembra
a morte de meu tio-avô;
jamais tive notícia dessa morte,
senão num nome de avenida
em memória dele,
"in memoria Dei".
Mas se tem algo "in memoriam"
é porque ele morreu.

Não sei se ele era dos guelfos
ou dos gibelinos;
devia ter seu merlão gibelino

nas suas fortificações
ou estar nas crônicas da família guelfa,
mas nunca esteve em guerra :
só consigo, talvez.

Para mim meu tio-avô
continua vivo
com sua mulher e seu carro antiguíssimo
sua face serena, trigueira,
porque o que matou ele
foi o nome de rua,
mas não o nome da rosa
- da rosa que ele amava...
e ama!, porque é obra de Deus,
não obra do deus Cronos :
o amor é imperecível,
intangível, infungível,
sem fusível
que possa apagar a luz do sol
num céu solar ou lunar.


Assim li, revisitei e escrevi

o que vi e cri

do cricilar do grilo ouvido

e incomodando o ouvido,

batendo o martelo na bigorna,

ó ferreiro dos deuses!: Vulcano(Vulcano!).

Uma história é assim

sempre para trás dos anos

com um pé atrás 

dos Montes Urais

(Urrais atrás dos Montres Urais?!),

por isso não arrolei os nomes das vítimas

- vitimadas pela vida 

e pela morte

que morde o corpo

pouco e pouco;

apenas e com pena na pena

( que pena!, nem é mais pena de pavão!?...

nem mata-borrão tem!)

conto uma estória 

que passa pela história

lambe  a lenda

em seus sais minerais

e o mito que canta na tragédia

a tragetória das personagens:

todos deuses e heróis!,

conquanto finjam no teatro

que são apenas frágeis seres humanos...    

Uma história que sempre está

Trás-os-Montes,


trás-os-motes,

tresontonte...

e narra o encontro inenarrável

da rosa e do cravo       

em meio aos escravos e ex-escravos

que não cravo com o cravo

em que pregaram Jesus à Cruz romana

porque somos todos

e estamos todos

- com Jesus na cruz 

da vida e da morte.  

(Não há mote(mote!)

para a morte).     


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