domingo, 8 de abril de 2012

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É assim, dramaticamente assim : 99% da ciência editada é contexto; o 1%, restante, é ciência. Ciência é resquício ou resto de contexto; prurido de contexto. Aliás, o próprio conhecimento é um empecilho ao conhecimento e, mormente, à sabedoria, pois ao produzir conhecimento e saber produz normas proibitivas de outros ( e dos próprios!, contraditoriamente! ) saberes e conheceres; ou seja, discrepa de qualquer, quaisquer outra ou outras doutrinas contraditórias, antípodas, ao se arraigar, necessariamente, a um dogmatismo político-filosófico essencial à própria subsistência da ciência mínima ( franciscanamente mínima!) enquanto corpo doutrinário binário, trinário, ou terciário, quaternário, etc. e tal. Blau, blau! ( Vide hieraldica para o blau, a cor no azul do “sangue” simbólico, alegórico : um meme).

Sempre há o abismo aberto entre norma contextual e conhecimento, sem mencionar o percentual, que divide o conhecimento de 1% , na parte que toca à sabedoria, deixando um quinhão de metade deste 1% partilhado entre saber instintivo e conhecimento adquirido genética ou memeticamente, no transcurso cultural.

Rasgamos uma miséria de 1% de conhecimento racional, simbólico, letrado, e sabedoria de instinto, mística, irracional, e com esse rasgo ínfimo nos jactamos cientistas, filósofos, místicos, com muito alarde e bazófia. Este percentual de um para cem em conhecimento e sabedoria, no acervo, advém do cérebro privilegiado de poucos e raros homens : Nietzsche, Freud, Marx, Kant, Darwin, Newton, os pré-socráticos, Aristóteles, Platão, Sócrates, Goethe, Buda, Jesus, Maomé, Zoroastro, Leonardo da Vinci, Picasso, Joan Miró, etc.

Cada língua traz em seu bojo um contexto ou um modo de encarar e valorar o mundo visto, sentido, observado, querido, desejado, maquinado, maquiado, “malinado”, “malignado”, guinado pelo timão à mão do mal destino sem tino. Já a linguagem, seja matemática-algébrica ou falada e escrita, nos limita : dá o território ou a água e o ar que nos pressiona sob o escopo, desiderato e acervo de saber e conhecer , que imaginamos nosso, exceptuado o 1% que refoge ao contexto cultural, historial, geopolítico, social, enfim, o qual nos compete, é da nossa competência humana, demasiada humana, no ditirambo de Nietzsche em sua filosofia trágica ou da tragédia.

De fato ( ou de direito?) na doutrina da tragédia, nas obras do filósofo e filólogo referido, ocorre a separação bipolar “maniqueísta” ( de um maniqueísmo com perspectiva filosofante|) do apolíneo, que vela o fenômeno e o fenômeno do dionisíaco, que o desvela na tragédia, pela filosofia do poeta trágico, a bipartir o fenômeno trágico em esotérico e exotérico, tal qual o fez Aristóteles com seus discursos textuais, relevando e cindindo o Dionísio dos mistérios para os iniciados do Dionísio levado ao palco do teatro, ou anfiteatro, para deleite e embevecimento do povo grosseiro, simplório, parvo.O vulgo que recebe seu quinhão mitigado de ciência e sapiência, guardada a sete chaves pelos guardiões dos mistérios; a saber : os sumos sacerdotes, que são os políticos esotéricos, e os políticos seculares ou exotéricos, porquanto menos cultos, menos aptos aos passos do culto com seus ritos solenes intelectuais, que exige muito malabarismo mental, intelectual, aos quais o homem prático não tem tempo para aprender, mesmo porque demanda longa iniciação e dedicação exclusiva, alienada mesmo. É a função trágica da filosofia ou do pensamento que dita a ação por leis ferrenhas, ferozes, ditatoriais, conquanto possam parecer ou aparecer com uma aura de tolerância ou “democracia” supostamente igualitária, nos moldes do sonho despedaçado da Revolução Francesa ou Franca.

O que existe de fato, ou coberto com muitos fatos, é o contexto e não a ciência, cujo fato que a consubstancia é um único em um percentual de 99%, do “restante” deste 1%. Belo resto!

A técnica, outrossim denominada tecnologia, quando estuda pelo “logos” ou linguagem matemática, fortalece o contexto e dá a ilusão de que a ciência, que pensou a técnica e a realizou em linguagem figurada e material, na formulação e engenharia que direciona energia e matéria dentro do universo contextualizado, possui os 100 % do conhecimento ou da sabedoria arrancada ao cosmos pensado e sentido no fenômeno, que é o primeiro objecto dos objectos subseqüentes, mente afora e mente adentro. Não há, mesmo nos artefatos, mais de 1% de realidade, mas apenas o percentual de realização conferido pela linguagem simbólica ou tracejada nos gestos do fazer.

Qual o texto, no pergaminho ou no papiro, que não é maculado, manchado, borrado, manchego de um contexto pré-existente, pré-javista? Não há texto sem contexto ou sem o quociente textual antepassado, em palimpsesto, ainda que somente nos atos e fatos que registraram os fatos originários dos atos do ser em presença do presente : tempo.

O tempo é um contexto do espaço geométrico ou não? Espaço para a geometria e o geômetra no Euclides que contextualiza?

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